06 novembro 2006

Piracema

O site do IBAMA (http://www.ibama.gov.br/pndpa/index.php?id_menu=104) nos ensina o seguinte: ‘Na língua Tupi, Piracema é a palavra que quer dizer “saída dos peixes para a desova”. Os índios já observavam que alguns peixes saíam dos lagos e baías em movimentos migratórios que culminavam com a reprodução, e, mesmo nos dias de hoje, essa ainda é a palavra que melhor traduz toda a complexa seqüência do processo reprodutivo dos peixes em condições ambientais propícias’.

Quando chegam as águas novas, trazidas pela estação das chuvas, carregadas de calor e nutrientes, é disparado o ciclo reprodutivo dos peixes de piracema. Então, em cardumes, eles arrancam rio acima na busca desesperada pela reprodução, manutenção da espécie. Um peixe como o dourado tem que nadar pelo menos quinhentos quilômetros contra a corrente. Quando encontram um obstáculo em seu percurso, lutam para vencê-lo. Quando é impossível vencê-lo, a exemplo de uma barragem no leito de um rio, se lançam contra ele até desfalecer ou morrer.

Outro problema freqüente é a pesca predatória nesta época. Neste sentido, o referido site explica “POR QUE HÁ RESTRIÇÕES À PESCA DURANTE A PIRACEMA?”: “Durante a piracema, o apelo para conservação da espécie é tão intenso que os peixes se descuidam de suas estratégias de proteção. Tornam-se presa fácil. A viagem de centenas de quilômetros os deixa extenuados, e muitos pescadores aproveitam-se dessa fragilidade para capturá-los facilmente, e em grandes quantidades. Agindo desse modo, interferem em todo o processo de perpetuação da espécie e renovação dos estoques, que será sentido na diminuição do tamanho dos peixes e na quantidade disponível para a pesca nos anos subseqüentes. Por isso é tão importante a proteção dos peixes na época da piracema”.

É assim, nadando contra a corrente, que o milagre da vida acontece. Os peixes que não migram não amadurecem seu processo hormonal, não desovam, não liberam esperma, não se reproduzem, não contribuem para a perpetuação da vida.

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